Ministério de Louvor

            O Ministério de louvor, assim como qualquer outro ministério da igreja local, existe em função da igreja.  A igreja não existe por causa do ministério, mas o ministério existe por causa da igreja. Assim sendo, ele é um facilitador do desenvolvimento da música e do louvor ao Senhor. Se este ministério não consegue aproximar a igreja do Senhor ao Senhor através da música, ele perde sua razão de ser. O ministério não é composto de “pessoas que querem se apresentar”. É composto de adoradores. Estes adoradores entendem que Domingo à noite não é o “melhor culto”. Não “brigam por um espaço” ou “por um lugar”. Ninguém deve aparecer ou querer aparecer, mas deixar Deus aparecer.

Da Composição:

1. Ministro de Louvor – responsável geral da equipe.
2. Ministrantes – Outros que conduzem a igreja no momento de louvor, mas não são os responsáveis principais das atividades.
3. Backing Vocal – Tenores, baixos, barítonos, primeiros e segundos sopranos e contraltos que fazem uso da voz no microfone, mas não conduzem o louvor.
4. Instrumentistas – Tocam seu instrumento sem dirigirem o louvor.
5. Retroprojetor – Responsável pelas transparências, bem como sua organização.

Das características:

1. Ser humilde – para saber se relacionar com o pastor e com os irmãos; promovendo oportunidade para todos;
2. Ser organizado – deve manter cânticos em ordem, transparências em dia, instrumentos arrumados;
3. Ter o dom – Deus, quando separa para determinada obra, capacita (1Cr 15.22, 2Co 3.5).
4. Ser simpático – para atrair e dar amor aos outros. Deve desenvolver a comunhão não fazendo apenas trabalhos em separado, mas abrindo para todos participarem.
5. Ser adorador – para cantar e louvar junto com os demais.
6. Ser obediente – para saber ouvir e atender quando necessário.
7. Ter palavra – para cumprir com aquilo que se comprometer.
8. Ser simples – Jesus é Mestre em falar as coisas com simplicidade e profundidade. Comer feijão com arroz é melhor do que derramar o strogonoff. Siga com o que está sendo feito. Não destoe. A criatividade existe e deve ser cultivada, mas com humildade e simplicidade debaixo da obediência e mesmo espírito.

Dos Deveres:

1. Pontualidade – Ser pontual.
2. Presença – Estar presente em todos os cultos.
3. Reverência – Ser reverente não saindo durante os cultos e ajustando os instrumentos antes do culto.
4. Aperfeiçoamento – Desenvolvimento e aperfeiçoamento do dom, através de cursos, jornadas e similares.
5. Excelência - O Melhor para o Senhor: os melhores cânticos, transparências, afinação e adoração.

Da Vida Espiritual:

1. Ser leitor da Bíblia – Mt 22.29, 1Tm 4.13
2. Ser evangelista – 2Tm 4.2, 1Tm 2.4
3. Ser dizimista  e ofertante – Mt 23.23, Lc 6.38
4. Ser homem de oração – Sl 109.4, 1Ts 5.17
5. Ser santo – Hb 12.14, 1Pe 1.15-16

O encontro da igreja do Senhor para os cultos não fará com que haja uma “manifestação mágico-fantasmagórica” irracional. Não é isso. Alguns pensam que podem andar com a vida totalmente seca e fria espiritualmente durante a semana e no domingo, brevemente, após uma oração rotineira, pedir a Deus perdão dos pecados e Deus terá misericórdia e “irá fruir”. Isto é pensamento de Balaão. Isto é errado! É pecado de complacência, negligência, imprudência, incoerência, desperdício e hipocrisia. O “fruir” no encontro da igreja é conseqüência de uma semana em adoração. Daí a grande responsabilidade de quem está à frente dos trabalhos da igreja: seu pecado ou sua consagração sempre serão mais evidentes do que a de qualquer outro membro. Daí, segue-se que, não é a mudança de cânticos ou estilo que modificará a profundidade do louvor da igreja, mas a mudança de postura e de atitudes espirituais de cada componente. O verdadeiro adorador já descobriu que a ministração aqui na terra é um aquecimento para cantar ao lado de Davi no céu.

Um ministério de louvor que deseja levar seu ministério a sério, busca atividades que vão somar. Procura participar de encontros de adoradores com pessoas de caráter e referenciais de vida cristã no século XXI, tais como: Santa Geração, Fogo e Glória, Anseio Ardente, Clamor Pelas Nações, Rugido do Leão, etc. Não perde seu tempo com enganadores mercenários que pedem fortunas para gastarem em suas vidas conturbadas e sem qualquer exemplo de vida, pedindo centenas e, às vezes, milhares de reais para cantar, em sua vida de luxo, eis os nomes: Kleber Lucas, Marina de Oliveira, Cassiane, Fernanda Brum, Nova Jerusalém, Kades Singers, etc. Não há compromisso com igreja, com pastores, etc. São pessoas que, sob o argumento de “viverem para o ministério”, estão pedindo “camarim com toalhas vermelhas e brancas” quando vão cantar; ou então, após cantarem, se retiram sem querer nem pensar em ouvir a mensagem, porque agendaram outro show para a mesma hora. É fato. Dou o nome de quem já vi aprontar. Não perca seu tempo. Desde adultério até prostituição uma grande parte destes “empresários da fé” está envolvida. Não vá atrás das letras, de oba-oba ou shows. Se você quer ser diferente e ver diferença na sua vida e ministério busque pessoas sérias.

Ministrantes

            Os ministrantes são aqueles que conduzem a igreja no momento de louvor, mas não são os responsáveis principais das atividades. São escaladosde maneira justa e imparcial pelo líder do ministério. Antes de serem convidados a ministrar devem ter seu nome apresentado ao pastor. A escala deve ser imparcial e sem privilégios e todos devem estar incluídos nela (1Cr 25.8, 26.13), a não ser, em outros casos.

            O ministrante sempre deve ter seu microfone mais alto.Ninguém do backing deve interferir na ministração do ministrante. Deus o separou para tal naquele dia. O backing deve fazer o acompanhamento. O ministrante não deve fazer arranjos. Deve cantar a melodia, pois senão confunde a igreja que não saberá se deve cantar como o backing ou como o ministrante. O ministrante deve cantar e ministrar cânticos espirituais ao Senhor. Não deve intercalar cada cântico com orações, palavras, etc. Isto quebra a sintonia e atravanca o desenvolvimento e fruir.

            O ministrante deve equilibrar o racional, o espiritual e emocional. A música é expressão de sentimentos por natureza. Entretanto, o cristão deve buscar sempre o equilíbrio. Deve evitar choros, gemidos ou gritos sempre que possível.Muitas vezes, a igreja ainda não está preparada para tal e outras vezes é algo de foro íntimo. Seria, pois, negligenciado o agir do Espírito quebrantando corações? De maneira alguma. Antes, sempre que houver um quebrantamento genuíno, o ministrante deve deixar que a igreja, participe e responda deste quebrantamento do espírito, para se juntar à ela neste mover. Mas jamais, observe-se, jamais, never, nunca, niemands, jamé, nunca, deve ser algo induzido! Pois bem, para que não haja confusão, o ministrante deve se dominar, ao máximo, na expressão de choro, fruindo apenas quando a igreja houver fruído.

            O ministrante deve ser discreto em suas roupas e atitudes. As roupas não devem ser decotadas, transparentes, “mamãe, tô fortinho”, grudadas ou chamativas. Discrição é características de pessoas de Deus. O ministrante não deve ficar chamando a igreja toda hora. Chamar a igreja é responsabilidade pastoral. O ministrante deve se preocupar com duas coisas: ministrar com a face brilhando e trazer a presença da manifestação da glória. O ministrante deve se preocupar mais com o céu do que com a terra. Se o ministrante trouxer o céu à terra não serão necessários incentivos ou convites para atitudes.

            O repertório de cânticos deve ser variado. Não deve haver indefiniçõesna hora do entoar de cânticos.[6] No caso de indefinições, o backing deve cantar baixinho e seguir o líder. Jamais deve forçar o líder a seguir o seu caminho. Os cânticos podem ser de júbilo, de declaração, de guerra, de adoração, de louvor, de comunhão, etc.

            O líder deve ser maduro para ser a-circunstancial. Como todos os adoradores da terra, o líder é um ser humano que tem óbices, percalços e obstáculos que luta para transpô-los dia a dia. Mas isto não deve ser passado à congregação, nem influir na escolha de cânticos. O estado de espírito do ministrante não pode ser o parâmetro para seleção de cânticos.A pergunta que permeia a mente do adorador é: “O que Deus quer ouvir este dia”?

Ministro

            O ministro é o responsável geral do ministério de louvor que, sob a harmonia e orientação pastoral, facilita à igreja a fruição no louvor. O ministro é reconhecido e separado pela igreja que, sob a orientação do pastor, orientado pelo Espírito, recomenda àquela indicação. Além de todas as prescrições acima, o ministro de louvor deve ter mais algumas qualificações que, junto com o exercício da liderança, são imprescindíveis para o bom desenvolvimento ministerial. Estas qualificações estão abaixo citadas com as antíteses e tensões que as acompanham:

1. Ser exemplo sem ser legalista
2. Ser imparcial sem ser tirano
3. Ser justo sem ser incoerente
4. Ser amoroso sem ser complacente
5. Exercer autoridade sem ser autoritário
6. Ser ousado sem ser inconseqüente
7. Ser espontâneo sem ser irreverente
8. Ser obediente sem ser subserviente
9. Ser o melhor sem ser vaidoso
10. Ser dependente de Deus sem ser contemplativo
11. Ser participativo sem ser ativista
12. Exercer entrosamento sem fazer acepção

Em um bom e seguro ministério, observa-se a harmonia e inclusão. O ministro caminha em total harmonia com pastor e igreja e aprende a desenvolver as amizades. Não “é fominha” no sentido egoístico de que só ele quer cantar, mas apenas, única e simplesmente, no sentido de querer louvar ao Senhor por estar consagrando-se para tal. Convida a outros (que estejam se mostrando adoradores individuais) a participarem. Não quer aparecer. Antes, quer que Ele apareça (Jo 3.30). Sua postura é irrepreensível e seu caráter é ilibado ininterruptamente.

Igreja

             A igreja também clama por bons ministérios que a facilitem no louvor ao Senhor. A igreja busca um ministério que não a arraste, mas que a conduza. Que não a ordene, mas que a convide. A igreja busca por exemplos, por gente que cante, mas antes viva o que cante. A igreja já está farta de ser explorada. Já está farta de espetáculos. Já está farta de cantores que a façam perder seu tempo e seu referencial. A igreja quer ver adoradores que a conduzam para mais perto de Deus. A igreja busca faces que brilhem. A igreja não quer mais bagunça, a igreja quer a decência e a ordem, mas quer profundidade com Deus. A igreja não quer mais irracionalidades em nome de Deus, a igreja quer o genuíno avivamento que passa pelo caráter de gente compromissada com Deus. A igreja está com o sentimento de Neemias (13.25) e com a fome dos filhos de Core (Sl 42.2).

Conclusão

            Louvor e Adoração são coisas distintas, mas interligadas. Louvor faz parte da adoração, mas não é sinônimo dela. Adoração tem sentido mais lato, envolve amor, serviço e abnegação. O Ministério de Louvor tem composição, características, deveres e aspectos espirituais que lhe devem ser inerentes. Dos ministrantes espera-se que sejam referenciais no louvor da igreja. Do ministro de louvor espera-se que seja líder em potencial, maduro o suficiente para saber lidar com as tensões existentes entre as linhas tênues que perpassam o exercício da liderança.  A igreja do Senhor quer experimentar um novo momento em louvor e adoração, mas tudo isso deve ser feito com muita seriedade, pois vários enganadores e exploradores da boa fé já se aproveitaram da igreja do Senhor Jesus.

            Fazer parte do ministério de louvor não é fácil, assim como também fazer parte de qualquer outro ministério não é fácil. Porém, pelo ministério de louvor ser aquele que está em mais evidência nos cultos da igreja, ele torna-se alvo mais costumeiro do inimigo. Fazer parte do ministério de louvor deve ser levado a sério com todas as suas nuances. Integridade, Espiritualidade e Habilidade são essenciais na vida de qualquer dos componentes. Ministérios existem muitos, mas para ser relevante e espiritual, tem que pagar o preço. A recompensa é impagável. Não há banquete na terra que se compare à um minuto da contemplação da manifestação da glória de Deus. Moisés sabia disso. Pediu para ver a glória. Deus disse que ele deveria estar disposto a morrer. Moisés sabia disso. Não abriu mão de ver a glória. Hoje você pode e deve decidir: ver ou não ver a manifestação da glória de Deus? Ver? Então será que isso significa que você está disposto a morrer? Abra mão de você mesmo. Abra mão do raquitismo espiritual, mesmice e costumismo. MUDE! Seja diferente. Não se conforme. MUDE! É a hora! Deus te chama hoje a um nível mais profundo. Esta é a hora. Estás disposto?

Missionário Jean Leles